E evolução das barbas, de fato é algo curioso. A barba é uma característica que denota masculinidade e diz bastante sobre o comportamento do homem. Uma barba bem-feita demonstra o cuidado que você tem consigo e fala até mesmo sobre sua relação com os outros.
Não se sabe ao certo quando cultivar pelos no rosto se tornou uma tendência pela 1ª vez, mas a evolução das barbas tem acontecido durante a história e acompanhado o desenvolvimento da humanidade.
Quer saber um pouco mais sobre a história e a evolução das barbas com o passar dos séculos? É só conferir este post que preparamos para você:
Pré-História e Antiguidade: pedras e vitórias
Há relatos de que os primeiros povos a se barbear começaram esse hábito há 30 mil anos. As suas lâminas eram feitas de pedra lascada e afiada.
Na Idade Antiga, os homens eram vaidosos ao extremo, e a beleza masculina foi cultivada e exaltada até a Idade Média.
Os egípcios, por exemplo, usavam muita maquiagem. Os nobres costumavam conservar os pelos como um sinal de status, enquanto os sacerdotes mantinham o corpo liso.
Com exceção dos aristocratas, os gregos adotavam volumosas barbas por associá-las à sabedoria (é só observar as estátuas dos filósofos). Já os espartanos as viam como sinônimo de masculinidade e força. Portanto, arrancavam os pelos faciais dos inimigos derrotados.
Isso mudou com a ascensão de Alexandre, o Grande, que ordenava que os seus soldados se barbeassem por acreditar que os pelos atrapalhavam os confrontos diretos.
Idade Média: barba e celibato
Os clérigos da Idade Média deixavam o rosto sempre sem pelos. Um dos motivos era o caráter de virilidade e de sexualidade exacerbada que a barba tinha. Portanto, a face lisa significava castidade e celibato. Outra razão era para que os sacerdotes católicos se diferenciassem dos judeus, dos ortodoxos e dos muçulmanos.
O bigode também não era bem-visto pelos cristãos, pois era uma característica dos povos germânicos que invadiam o Império Romano.
A Guerra da Barba
Entre os anos 1152 e 1153, França e Inglaterra protagonizaram a obscura Guerra da Barba. Tudo começou quando o barbado rei francês Luís Ⅶ se casou com Eleanor, filha de um duque, e recebeu como dote 2 províncias do sul do país.
Depois de retornar das Cruzadas, Luís Ⅶ retirou a barba, para a ira de Eleanor. Mesmo com os insistentes pedidos da esposa, o rei quis manter a face barbeada, o que resultou — pasme! — no divórcio do casal.
Eleanor se casou com Henrique Ⅱ, da Inglaterra, e o casal exigiu que Luís Ⅶ devolvesse as províncias recebidas pelo matrimônio. O rei, claro, se recusou — e a guerra começou. Nesse caso, o francês perdeu a guerra (era melhor ter deixado a barba crescer, não?).
Idade Moderna: transição
Até o século XVIII, o visual masculino era tomado por um visual pomposo, carregado de perucas, maquiagem e roupas extravagantes, que caracterizavam o Renascimento. O rosto liso era mais um atributo de vaidade adotado por toda a nobreza.
O visual sem pelos era tão moda na época que, em 1770, o francês Jean-Jacques Perret criou um modelo de navalha mais seguro para barbear. Em 1771 foi a vez dos irmãos americanos Kampfe inventarem a navalha T.
Já no final do século XIX o jogo virou: os pelos faciais voltaram a ser considerados símbolos de sabedoria e status social. Os homens da Era Vitoriana ostentavam volumosas barbas e bigodes de ponta. Essa mudança nunca foi totalmente explicada, mas contrasta de forma drástica com a 1ª metade do século.
Foi nessa época que King Camp Gillette inventou a icônica lâmina descartável que leva o seu nome. Muito barata, virou febre e influenciou consideravelmente a tendência do início dos anos 1900.
1900–1950: higiene
Durante o início do século XX, a barba era vista como algo sujo. A ideia era levada tão a sério que empresas proibiam a contratação de funcionários barbudos.
Entre 1920 e 1930, o bigodinho reinava. Clark Gable era o símbolo da tendência da época. Ele caiu na década de 1940, pois estava associado a Hitler, dando lugar à barba por fazer.
Em 1950, o rosto limpo à la Elvis Presley impera novamente, dividindo espaço com as costeletas marcantes.
1960–1980: bigodes
Os anos 1960 ainda carregavam o visual barbeado popularizado por ícones pop, como os Beatles. Eis que chegam os hippies e a contracultura, e as barbas voltam com tudo (ironicamente, também popularizadas pelos Beatles).
Nos anos 1970 e 1980, os bigodes foram adotados pela cultura gay, tornando-se icônicos com Freddie Mercury e o Village People. Na época, a comunidade homossexual era fortemente influenciada pelos motoqueiros.
Mas os heterossexuais não ficaram de fora da moda e passaram a adotá-lo inspirados pelo personagem de Tom Selleck na série Magnum P.I.
1990–2000: cavanhaque, no máximo
No início da década de 1990, o rosto limpo se tornou símbolo de sucesso profissional entre os yuppies, os jovens profissionais da época.
Com o auge do grunge, todos os adolescentes da época copiavam o estilo e a barba por fazer de Kurt Cobain. Quem curtia mais o ska rock optava pelo cavanhaque, presente em 9 entre 10 bandas do estilo.
Já o começo dos anos 2000 foi marcado pela explosão das boy bands, na maioria das vezes formada por meninos sem pelos no rosto e um bad boy — esse sim, barbudo. Portanto, a barba ficou um pouco abandonada, e o máximo de pelos vistos formavam o cavanhaque herdado da década anterior.
Em 1999, foi criado o termo Movember — aglutinação de moustache (bigode) e november (novembro) —, que se tornou um movimento em 2003, na Austrália. O objetivo do Movember (Novembro Azul, no Brasil) é conscientizar sobre os problemas de saúde do homem, especialmente o câncer de próstata.
O Dia Mundial do Combate ao Câncer de Próstata acontece anualmente em 17 de novembro.
2008: crise e a moda da barba
Pois é… Há uma teoria que diz que a crise financeira de 2008 foi a responsável pela quantidade de barbudos que vemos atualmente.
Segundo o pesquisador Rob Brooks, da Universidade de South Wales, na Austrália, as buscas sobre cuidados com a barba no Google aumentaram consideravelmente em 2010, com o boom dos smartphones. Além disso, entre 2008 e 2013 os implantes de barba cresceram 600% pelo mundo.
Para Brooks, com a dificuldade de encontrar emprego por conta da crise, os homens começaram a se dedicar mais à aparência pela importância desse fator em entrevistas de emprego. Com isso, a barba voltou com força total como um aspecto que une beleza e masculinidade.
Ainda segundo o estudo, com o poder que a internet tem de diminuir ciclos, a tendência dos barbudos pode estar no seu fim — o que não parece se confirmar.
Moda, comportamento ou estilo de vida, a barba evoluiu com o homem e ajuda a contar a história da humanidade — e pode contar a sua história também.
Gostou de ver a evolução das barbas até o dia de hoje? Então deixe um comentário no post!
Desde os dezoito anos (1966) faço a barba com máquina elétrica todos os dias. Os dias que falhei (2) são de bem triste memória (apenas um na “picada” na guerra em Moçambique, outro na máca da urgencia do H. Sto António).
Entretanto, tive curiusidade em saber quanto tempo ocupei a fazer a mesma até hoje. Se cada dia demoro aoenas tres minutos, contas feitas já ocupei mais de 34 dias nesse gesto.
Topíssimo esse resumo histórico!
Em março de 2022 fui contratado para trabalhar em um laboratório de uma farmácia de manipulação. Quando entrei, era tinha a barba cheia e logo fui orientado a retirar.
Já faz um ano que estou trabalhando nessa mesma farmácia, faço a banda duas vezes por semana, mas confesso que detesto, não vejo a hora de conseguir outro emprego e pode ter a minha barba, me sinto muito estranho sem ela.